A partir de amanhã, sábado, dia 1º de janeiro do ano, um novo legislativo municipal inaugura a vida política de nossas cidades. Os vereadores são os mesmos, mudam apenas dos titulares de cadeiras diretivas.A esperança é que se renovem os ares e principalmente se inaugurem boas práticas. Tivéssemos acompanhado as notícias ao longo do ano que se finda, de acordo com a cartilha do bom cidadão, teríamos visto que nem tudo são ou foram glórias por esses brasis afora em termos de política. Cá e acolá, as informações sobre corrupção são uma constante.
Nos legislativos municipais, em que pese sua presença bem diante do eleitor, podendo assim haver a cobrança direta, não acontece muito diferente. O povo só procura seus representantes para pedir favores pessoais. É o que tem acontecido.
Câmaras superlotadas de funcionários, funcionários fantasmas (aqueles que não trabalham, mas recebem), contrato para tudo que é serviço interno e via de regra superfaturados, parentes e amigos e até cabos eleitorais “trabalhando duro”, são uma praga altamente corrosiva dos dinheiros públicos. Carros ficam à disposição de vereadores sem necessidade alguma, já que seu mandato se resume aos limites do município e eles não representam a Câmara Municipal, função que é reservada unicamente ao seu presidente.
É este o quadro com o qual se depararão os novos presidentes eleitos. Eles têm tudo para mudar; têm a faca e o queijo à mão. Ma tudo pode ficar como está, intocável, em respeito a companheiros e acordos de bastidores que garantiram a vitória – coisas que não convêm trazer a lume. Teremos, assim, a repetição: Câmaras novas e práticas velhas. Nada muda.
Bem, com esperança ou sem esperança, a verdade é que amanhã teremos uma nova mesa para dirigir os trabalhos legislativos de Caraguatatuba, São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba.
Os nomes podem ser ou não os melhores. Não são fruto de escolha popular, direta, pelas urnas, mas resultado de uma seleção partida dos próprios vereadores, através de uma eleição “entre si”, cuja propagandística e argumentos convincentes só eles conhecem, além, obviamente, do séquito interesseiro que orbita ao seu entorno, rendendo honras.
Dez vereadores para escolher um presidente é coisa simples. O universo é ínfimo. Mas não é assim que acontece na prática. As discussões de bastidores e até os engalfinhamentos confirmam isso. Dizem, porque nunca se apurou nada a respeito disso, que os acordos são os mais espúrios que a mente humana há concebeu um dia. É o que dizem; se é verdade ou não, não se saberá nunca.
Bem, divagações à parte, as cidades do Litoral Norte iniciam o ano com uma nova composição de Mesa de suas Câmaras Municipais.
Em Ilhabela, Carlos de Oliveira Pinto, do PMDB presidirá a Câmara, tendo Jovelino Brito, do PR, como vice-presidente. Luiz Mário, PV, é o 1º Secretário, e Roberto Lourdes, o Timbada, PDT, o segundo.
Artur Ramirez Balut, do PSDC, dirigirá a Câmara de São Sebastião. O vice-presidente é Marcos Jorge dos Santos, PV; 1º secretário, Luiz Antonio Santana Barros, o Coringa, DEM; 2º Secretário.,Solange Rodrigues de Araújo Ramos, PPS.
Caraguatatuba: Presidente: Wilson Agnaldo Gobetti (PDT); Vice-Presidente: Pedro Ivo de Sousa Tau (DEM); 1º Secretário: Cristian Alves de Godoi (PDT); 2º Secretário: Silmara Selma Mattiazzo Bolognini (DEM).
Em Ubatuba, Romerson de Oliveira, o Mico, do DEM, foi eleito presidente da Câmara pelos seus pares. Uma grande esperança de mudança, pois sucede a Ricardo Cortes, que "ficou presidente" por cinco anos. Ou seja, dá das cartas no legislativo ubatubense desde 2006, fazendo letra morta de um consagrado princípio, o da alternância nos poderes.
Somente São Sebastião fará solenidade de posse de sua nova Mesa Diretora amanhã, a partir das 19 horas. Nas demais Câmaras, de acordo com seu regimento, a posse dos eleitos é automática no dia 1º da legislatura, sem necessidade da prática de qualquer ato solene.
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