Motivação
seria a rejeição de um requerimento sobre suposta falcatrua em uma nota fiscal
e a alegação de um parlamentar de que não iria investigar porque “nós somos
governo”
Mara Cirino / Jornal Imprensa Livre – 16/11/12
O
morador Odilon de Almeida Cavalhaes, o Miau, entrou no Ministério Público (MP)
com um pedido de destituição a afastamento dos vereadores da Câmara de
Caraguatatuba. Ele ainda pede que seja instaurado um inquérito civil, e
eventualmente criminal, para apurar possíveis atos de improbidade
administrativa cometidos pela Fundação de Arte e Cultura de Caraguá (Fundacc)
no ano de 2004.
No
último dia 31 de outubro foi lido na Câmara de Caraguatatuba um requerimento do
vereador Omar Kazon (PR), no qual pedia a instauração de um processo
investigatório para apurar possível desvio de verbas públicas na gestão da
Fundacc.
Ausente
da sessão, o documento do vereador foi subscrito por sua colega, a parlamentar
Silmara Mattiazzo (PSD), única que votou favorável, estando fora também o
presidente do Legislativo, Wilson Gobetti (PDT).
A
denúncia apresentada na ocasião é de documentos de uma empresa que teria
prestado serviços para o fornecimento de lanches para eventos organizados pela
Fundacc no valor de R$ 5 mil. Mas a nota fiscal emitida seria de R$ 55 mil,
pagos, porém não aos fornecedores. Ainda conforme a documentação entregue ao Ministério
Público, os comerciantes teriam sido multados em R$ 65 mil, resultado de uma
ação de execução do fisco estadual, em andamento na Vara de Execuções Fiscais
do município.
Na
ocasião, o parlamentar Celso Pereira (DEM) teria justificado seu voto contrário,
conforme consta no documento, justificando que “nós somos governo e não temos
que investigar isso”.
Para
o denunciante, “a situação é típica de crime de prevaricação”. Ele atesta ainda
que “não se pode admitir que um vereador se diga parte do governo e se negue a
investigar denúncia de corrupção documentada par agradar o chefe do Executivo
ou trocar o seu voto por favores do Executivo”.
Sindicância
O
vereador Celso Pereira explicou que sua colocação foi no sentido de ser
vice-líder do governo na Câmara uma vez que o líder Aurimar Mansano (PSDB)
estava ausente. Ele ainda classificou a denúncia como fato de ser usada para
fins eleitoreiros.
“Mesmo
assim não prevariquei. O requerimento não foi aprovado, mas fiz questão de
informar o Executivo e o prefeito (Antônio Carlos da Silva) já determinou a
abertura de sindicância para apurar as denúncias”.
Pereira
destacou ainda que se o vereador tinha toda a documentação na mão, não era
motivo para fazer um requerimento, mas pedir a instalação de uma Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) para apurar. “Não quero palanque político, mas problemas
resolvidos”, destaca o parlamentar.
Ele
também questionou seu colega que “se ele sabia disso, por que esperou oito anos
para divulgar?”
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