sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Supereco: Projeto Tecendo as Águas

Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) entra na fase final com Projeto Tecendo as Águas realizando diversas ações na zona rural de Caraguatatuba, no litoral norte de SP

A agricultura familiar foi escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como temática central para 2014. Um dos objetivos do AIAF é encorajar a participação da população rural, na tomada de decisões que influenciem as suas condições de vida. No Brasil, o setor engloba 4,3 milhões de unidades produtivas (84% do total) e emprega 14 milhões de pessoas. O Instituto Supereco, por meio do Projeto Tecendo as Águas, está trabalhando em várias atividades que beneficiam os pequenos produtores rurais e que vão de encontro aos objetivos do Ano Internacional da Agricultura Familiar, instituído pela ONU para 2014. No dia 11 de outubro, por exemplo, agricultores de Caraguatatuba tiveram a oportunidade de desfrutar, gratuitamente, de uma oficina para controle natural de pragas utilizando produtos cultivados em seus próprios sítios como repolho, pimenta e cebola.

A oficina foi realizada no Rancho Pé da Serra, no bairro Pegorelli de Caraguatatuba, com a presença de cerca de 20 pequenos agricultores, a maioria adepta do cultivo de orgânicos. Maria da Penha Brulher dos Santos, proprietária do Rancho, se disse “encantada” com a oficina: “Foi muito boa. Todo mundo ficou animado com as caldas que podem impedir pragas nas plantações. A feita com repolho, que mata o mato, foi a sensação da oficina. Já estamos usando a trazida pelo Supereco e produzindo mais. Até agora tínhamos que tirar o mato ao redor dos cultivos à base da enxada. Com a calda de repolho não teremos mais esse trabalho”.

Penha cultiva alface, escarola, repolho, acelga, cenoura e beterraba, entre outras verduras e legumes. Para o encerramento da oficina ela preparou uma mesa bem colorida com seus produtos orgânicos. A agricultora orgânica, Maria Margareth Vieira, vizinha de Penha, também se declarou “muito satisfeita” com a oficina: “Como meu cultivo é orgânico, já conhecia alguma coisa de controle natural de pragas, mas a oficina trouxe novidades e tudo muito fáceia de fazer. Eu não sabia, por exemplo, que o repolho, a cebola seca e a pimenta-do-reino podiam ser usados como repelentes”.

Margareth cultiva, desde 2005, brócolis, rúcula, couve-flor e mais uma série de verduras. Tanto ela quanto Penha são exemplos de agricultura familiar orgânica e vendem seus produtos para a prefeitura de Caraguatatuba (para serem usados na merenda escolar), em feiras e, claro, utilizam boa parte para consumo próprio.
 
Cultivos organicos
De olho na agricultura familiar 
A orientadora sócio-familiar da entidade Casa do Zezinho, Patrícia Balloni, de Ilha Bela, também no litoral norte de SP, esteve na oficina para agregar conhecimento as suas atividades junto as comunidades de risco da região: “Trabalho no fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, e conhecer boas práticas na agricultura familiar pode ajudar nas minhas atividades. Assisti a oficina com meu filho de 19 anos e ambos achamos maravilhosa. A palestrante foi ótima, bem didática. Deu para assimilar tudo”.
A facilitadora da oficina foi a engenheira agrônoma Lucélia de Melo Berbert, contratada pelo Supereco especialmente para esse trabalho no litoral norte de SP. Ela é formada pela Universidade Federal da Bahia com Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Ilhéus – BA) e já empregou oficinas desse gênero em 28 Assentamentos Rurais nos municípios de Ilhéus, Itabuna, Uruçuca, Arataca, Camacan, Mucuri, Santa Luzia, Itacaré e Ibicarí, todos na Bahia.

Quem faz 
O Projeto “Tecendo as Águas” é realizado em parceria com a Chevrolet e o Instituto Educa Brasil, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e tem seis objetivos que se conectam no sentido de trabalhar a floresta, a água, educação, saúde, cultura, turismo, geração de renda e qualidade de vida: “Saberes das Águas”, “Se Ligue nas Águas”, “Conhecendo as Águas”, “Caminho das Águas”, “Águas da Mata” e “No Ritmo das Águas”. Conta também com o apoio do Comitê das Bacias Hidrográficas do Litoral Norte (CBHLN), das prefeituras de São Sebastião e de Caraguatatuba, do Instituto Trata Brasil, da rede Made In Forest, do Centro de Educação Ambiental de Guarulhos (CEAG) e da Organização Brasileira de Mulheres Empresárias (OBME).

Sobre o Instituto Supereco
O Supereco é uma OSCIP que atua há 20 anos com a missão de promover a educação ambiental como ferramenta estratégica de conservação ambiental aliada ao desenvolvimento humano. Os 23 Programas, projetos e intervenções de educação pela sustentabilidade, abrangendo todos os Biomas do Brasil, formaram mais de 10.500 educadores e lideranças multiplicadoras em educação ambiental, atenderam mais de 1,5 milhão de crianças e jovens em programas de educação ambiental presencial e à distância, contemplaram 900 mil participantes diretos nas intervenções socioambientais e produziram 95 publicações especializadas na área.

COMO PARTICIPAR 
Os moradores da região do litoral norte podem participar ativamente das ações socioambientais do Projeto Tecendo as Águas. Basta acompanhar o calendário de ações pelo facebook do projeto e se inscrever em oficinas, mutirões, concursos e eventos culturais. Há várias ações aos finais de semana, cursos com certificado e atividades que podem acolher voluntários, artistas, ambientalistas, estudantes, professores, agricultores, comerciantes e qualquer pessoa interessada em meio ambiente e sustentabilidade. Para quem não está no litoral norte de SP, o convite é para acompanhar e postar sugestões na página Tecendo as Águas do facebook.
Fátima ChuEcco

Assessora de Imprensa 

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